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Ucrânia: 'Há risco claro de acidente nuclear', diz chefe da ONU para energia atômica

9.3.22

/ por casinhas agreste

Diante da tensão do momento, o argentino Rafael Mariano Grossi, diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea), se ofereceu para ser mediador de um encontro entre Rússia e Ucrânia no âmbito nuclear.
Marcia Carmo - De Buenos Aires para a BBC News Brasil       Do Site Terra

A usina nuclear de Zaporizhzhia foi atingida nas primeiras horas da sexta-feira (4/3)
Foto: BBC News Brasil

Na última sexta-feira (4/3), o Conselho de Segurança das Nações Unidas convocou uma reunião de emergência após o incêndio na usina nuclear de Zaporizhzhia, na Ucrânia. O incêndio, que foi controlado, despertou forte preocupação na comunidade internacional em meio à invasão da Rússia no território ucraniano.

Um dos principais objetivos do encontro era ouvir as percepções do diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea), o embaixador argentino Rafael Mariano Grossi, que, a partir de um voo de Viena (Áustria) a Teerã (Irã), com interrupções na internet, explicou a situação na central nuclear naquele momento.
O silêncio e a espera dos diplomatas para que a conexão de Grossi fosse retomada mostraram a importância de suas avaliações e de seu papel neste momento - que envolve a Rússia, uma das maiores potências nucleares do planeta, que conta com armas do tipo, e a Ucrânia, que possui 15 reatores nucleares, decisivos para o uso de sua energia.

Grossi, de 61 anos, especialista em energia nuclear, é formado em ciências políticas e em questões nucleares. Ele presidiu em 2020 a Conferência do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP) e é diretor-geral da agência da ONU desde 2019, onde chegou com apoio de vários países da América Latina.

Nesta entrevista exclusiva à BBC News Brasil, falando de Viena, em português, o diplomata e especialista em questões nucleares afirmou que "existe risco claro de acidente nuclear" na Ucrânia.

Diante da gravidade e da tensão da situação - com risco de acidente nuclear, como afirmou -, ele se ofereceu para ser mediador de um encontro entre Rússia e Ucrânia no âmbito nuclear.

Leia os principais trechos a seguir:

BBC News Brasil - O senhor se ofereceu para ser negociador em um encontro entre Ucrânia e Rússia na usina desativada de Chernobyl (que explodiu em 1986). Existe essa possibilidade?

Rafael Mariano Grossi - A Ucrânia é um país com uma rede nuclear muito importante. Tem 15 reatores nucleares, tem instalações como Chernobyl, que é simbólica e icônica, e tem muitas instalações de segurança, de lixo radioativo. Então, existe um risco claro de acidente nuclear. Portanto, no cumprimento da minha missão, que é uma missão técnica, eu, pessoalmente, ofereci visitar a Ucrânia para tentar negociar e chegar a um acordo com as duas partes. Chegar a um acordo com pontos-chave de segurança nuclear para que sejam evitados, exatamente, ataques às centrais, às instalações nucleares. Para garantir o fornecimento de eletricidade nestas instalações nucleares e garantir a refrigeração. Não é uma mediação política. Essa não é missão da agência, que tem um mandato muito claro e restrito às questões nucleares.

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