TRE manda empresa repassar dados para localizar autor de postagens que ligam Marília Arraes a Paulo Câmara

Segundo tribunal, chapa da candidata do Solidariedade pediu emoção das postagens feitas pelo perfil anônimo do Instagram @carnaíbacomraquel, mas não conseguiu.

A Justiça Eleitoral acatou, de forma parcial, um pedido de liminar feito pela candidata ao governo de Pernambuco pelo Solidariedade, Marília Arraes, sobre mensagens veiculadas em redes sociais. Também determinou que a empresa repasse de dados para localizar os autores de uma postagem que tentava associar a imagem de dela ao governador Paulo Câmara (PSB).

No primeiro turno, Marília Arraes teve1.175.651 votos (23,97%), ficando à frente de Raquel Lyra, que teve 1.009.556 votos (20,58%).

Elas se enfrentam, em um segundo turno inédito em Pernambuco. Pela primeira vez duas mulheres chegaram a essa etapa da disputa como cabeça de chapa.

Segundo o tribunal, a coligação de Marília Arraes pediu a remoção das postagens feitas pelo perfil anônimo do Instagram @carnaíbacomraquel.

Ainda de acordo com a Justiça Eleitoral, a postagem “intenta promover, artificialmente, estados passionais e emocionais no eleitorado pernambucano, ao tentar criar um elo inexistente”, como afirma a petição encaminhada à Justiça Eleitoral.

A coligação pediu, conforme relato do TRE-PE, que o “Instagram fornecesse dados que levem à identificação do autor das postagens”.

Marília Arraes (Solidariedade) e Raquel Lyra (PSDB) disputarão 2º turno no dia 30 — Foto: Reprodução/TV Globo

O tribunal disse que essa solicitação foi acatada pelo relator Rogério Fialho Moreira, desembargador eleitoral auxiliar, responsável pela liminar.

No entanto, o magistrado negou a remoção das postagens. Conforme o tribunal, o desembargador afirmou que não há irregularidades quando a crítica é realizada contra a atuação dos ocupantes de cargos públicos, “por mais ácida que seja”.

“No que pertine à alegação da coligação representante, de que a representada tenta atribuir “que a candidatura da Senhora Marília Arraes teria sido soerguida para confortar a manutenção do poder do Senhor Paulo Câmara, o que configuraria eventual golpe no eleitorado que está a apoiar a candidata”, não vislumbra-se qualquer irregularidade”, afirmou.

No primeiro turno, Paulo Câmara tinha como candidato ao governo de Pernambuco Danilo Cabral (PSB), que ficou em quarto lugar, com 18,06% dos votos.

No segundo turno, o PSB optou pelo apoio a Marília Arraes. Representantes do partido, como o prefeito do Recife, João Campos, estiveram em carreata, na cidade, na sexta (14), ao lado de Marília e de Lula (PT). Paulo Câmara e Danilo Cabral não participaram desse ato de campanha.