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Nem AVC parou Marcelinho Paraíba, 43 anos, que disputa Estadual

9.2.19

/ por casinhas agreste

Paraíba Online  com Folhapress. 

Para uns, ele é o “dinossauro do futebol”. Outros torcedores o chamam de “interminável” e de “imortal”. Em janeiro, Marcelinho Paraíba, 43 anos, entrou em campo no vazio Almeidão para começar a sua 28ª temporada como profissional.

Na abertura do Campeonato Paraibano, o ex-jogador da seleção brasileira deu o passe para o gol do irmão, deixou o filho de 21 anos no banco de reservas e ainda correu até o último minuto.

Apesar do esforço dele, o desconhecido Perilima, 23º clube na sua carreira, foi goleado pelo Botafogo por 4 a 1.

“Não sei explicar o que acontece. Ele é um caso para ser estudado pela Nasa. Só os cientistas podem nos explicar” , afirma Jailton Oliveira, presidente do clube de Campina Grande, em matéria especial publicada pelo jornal Folha de S. Paulo.

Reconhecidamente fominha, o ex-jogador do São Paulo, Grêmio e Flamengo ainda prevê mais dois anos dentro do campo.

“Quando comecei, pensava em parar com 38 anos. Agora, vou até o meu corpo deixar. Aguento pelo menos mais uns dois anos”, afirmou o atacante ao deixar o vestiário do estádio de João Pessoa ao lado de um dos seis filhos após o jogo.

Marcelinho quase foi obrigado a deixar o futebol em 2018. Em março, ele levou um susto. Horas depois de um treino, o Imortal reclamou de uma dormência no rosto e começou a falar com dificuldade.

Marcelinho foi levado às pressas por familiares para o hospital. Lá, os médicos diagnosticaram um AVC (acidente vascular cerebral) e o deixaram internado por dois dias.

O Interminável ficou 24 dias longe dos gramados, mas voltou na reta final do Campeonato Paraibano para defender o Treze, seu time na ocasião.

“Aquilo foi um susto. Não fiquei com nenhuma sequela. Apesar da idade, ainda me sinto um menino. Por isso, já não faço mais previsão de quando vou pendurar as chuteiras”, disse Marcelinho, que não gosta de falar do AVC.

Apesar da idade avançada, ele está longe do recorde de seu conterrâneo. Fundador do Perilima, Pedro Ribeiro Lima começou a carreira aos 42 anos e encerrou aos 58 anos.

O empresário dublê de atleta era presidente, treinador e atacante do clube, que tinha as suas iniciais.

A equipe virou folclórica no estado por causa de Lima. O empresário só conseguiu fazer o primeiro gol da sua carreira no último ano de profissional. Em 2007, ele converteu um pênalti. O tento foi comemorado até pelos torcedores da Campinense, o time adversário. O gol foi feito em cima de Jailton, titular do Palmeiras na conquista do Brasileiro de 2016.

O empresário não manda mais no clube. Ele cuida agora da sua fábrica de sorda, tradicional bolacha da região à base de mel e rapadura.

“Vai ser difícil pegar o recorde dele”, brinca Marcelinho, que nasceu em Campina Grande. O pai do meia, Pedrinho Cangula, é um ídolo na cidade. Cangula foi o autor do gol da abertura do Amigão, o maior estádio do município, em 1975 e defendeu os dois grandes times de lá.

Foto: ascom/Perilima
Foto: ascom/Perilima

Marcelinho acumula título na carreira. Na Alemanha, conquistou duas Copas da Alemanha (2001 e 2002) pelo Hertha Berlim. No São Paulo, foi um dos protagonistas das conquistas do Paulista de 1998 e de 2000. No Grêmio, ele levantou a Copa do Brasil e o Campeonato Gaúcho, ambos em 2001. No início da carreira, venceu dois Paraibanos (1991 e 1993)

“Os títulos são sempre importantes, mas o grande orgulho da minha vida foi ter jogado na seleção”, disse o meia, que não esconde a “mágoa” com Luiz Felipe Scolari por ter ficado de fora da seleção que conquistou a Copa de 2002.

Marcelinho foi chamado para os seis últimos jogos do time nacional na sofrida campanha das eliminatórias. Ele foi titular na partida decisiva contra a Venezuela, pela última rodada.

“Depois dali, ele me deixou fora. Preferiu chamar o Kaká, que tinha vindo da Copa São Paulo, e o Ricardinho para a disputa do Mundial. Nunca mais falei com ele [Felipão]”, lembra o jogador.

Embora tenha feito bons contratos ao longo da carreira, Marcelinho não tem uma vida financeira tranquila. Em maio do ano passado, ele faltou três dias aos treinos do Treze(PB) após ter a prisão decretada pela Justiça por falta de pagamento da pensão de um dos seus filhos.

O meia só voltou ao clube após pagar a dívida de R$ 20 mil. Os dirigentes adiantaram o salário para o atleta não ser preso.

No Perilima, não se fala quanto ganha o “dinossauro do futebol”. Mas o salário não ultrapassa R$ 10 mil mensais.

O pedido de prisão não foi o primeiro problema que o atleta enfrentou com a Justiça. Ele já foi detido dirigindo embriagado na Alemanha e no Brasil. Marcelinho também já se envolveu em brigas em casas de show na Europa e no Brasil. Numa delas, foi condenado em 2010 a seis meses de detenção por ter batido num homem numa boate em Campina Grande em 2004. Mas o jogador não ficou preso, obteve a conversão da pena.

Um ano depois, o meia foi preso por cinco horas acusado de ter tentado estuprar uma jovem numa festa no seu sítio. Na acusação, o irmão da mulher disse que Marcelinho a beijou à força e tentou fazer sexo, mas não conseguiu. Ele negou.

Fora dos campos, o jogador tem uma vida desregrada. Nas folgas, não se cuida. Costuma passar a noite em longas festas.

“Acho que é a minha genética. Nunca sofri uma lesão grave dentro de campo. Isso me ajudou muito a chegar até aqui”, diz, enquanto combinava com amigos para irem todos juntos para um festival em João Pessoa horas depois da partida.

Ele contou que já havia conseguido os ingressos com Hulk, que disputou a Copa do Mundo de 2014 e organizava o evento no sábado.

“Como vamos ter um intervalo de uma semana para o próximo jogo, a partir de segunda começo a recuperação. [A festa de sábado] Faz parte do relaxamento”, disse o Dinossauro, que completará 44 anos em maio.

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