Três semanas após a deflagração da Operação Torrentes, que mira o governo estadual, o novo diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segovia, afirmou em entrevista exclusiva ao Blog de Jamildo que investigações do tipo serão ampliadas em Pernambuco. “O foco da Polícia Federal hoje é o combate à corrupção”, disse.
Segovia esteve no Recife nessa sexta-feira (24) para a posse do novo superintendente da corporação no Estado, Cairo Costa Duarte. O delegado chefiou um serviço de repressão a desvios de recursos públicos e acompanhou de perto a Operação Lava Jato.
“Como o doutor Cairo é um especialista na área de desvio de recursos públicos, ele saberá ampliar essas investigações, melhorar essas investigações”, prevê Segovia.
“Demais focos, como o combate ao narcotráfico e a outras atividades criminosas, serão secundários, mas o principal foco da Polícia Federal será o combate ao desvio de recursos públicos no Estado.”
Combate ao tráfico de armas e drogas
A prevenção à entrada de armas e drogas no Estado tem sido apontada pelo governador Paulo Câmara (PSB) como solução para a crescente violência em Pernambuco. Com o Pacto pela Vida em crise desde o início da sua gestão, o número de homicídios superou, nos dez primeiros meses deste ano, a marca de todo o ano passado, que já havia sido o pior do programa que foi vitrine de Eduardo Campos (PSB). Só entre janeiro e outubro foram registrados 4.576 assassinatos.
Paulo Câmara também tem cobrado do governo federal, para melhorar a segurança nos estados, maior policiamento nas fronteiras, papel que cabe à Polícia Federal e às Forças Armadas, ambos com efetivo insuficiente para cobrir os mais de 16 mil quilômetros.
“Esse tipo de combate ao crime transnacional não depende só de recursos humanos e financeiros brasileiros, depende muito mais de inteligência”, defendeu Segovia.
O diretor-chefe da PF prometeu: “Nós vamos aumentar a capilaridade da Polícia Federal e a atuação com os países de fronteira. O trabalho dos adidos policiais no exterior, adicionado ao trabalho dos adidos policiais dessas embaixadas estrangeiras no Brasil, será uma maneira que poderemos trabalhar na área de inteligência para mapear melhor o crime e, aí sim, com os poucos recursos que já temos, faremos um combate melhor em cada uma dessas atividades.”
Blog do Jamildo
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