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SECA: Mais de 400 mil cabeças de gado sumiram em PE

21.4.15

/ por casinhas agreste



A falta de acúmulo de água pelas poucas chuvas é apontada por especialistas como um dos principais problemas em médio prazo causados pela seca que atinge a região desde o final de 2011. A criação de animais em Pernambuco também sente os impactos da vegetação seca ou inexistente. De acordo com a Agência de Defesa e Fiscalização Agropecuária de Pernambuco (Adrago), mais de 400 mil cabeças de gado sumiram dos pastos do Estado.

A Adagro afirma que parte desses animais, cerca de 10%, morreu de fome em busca de comida às margens das rodovias. A outra parte foi levada pelos produtores para outros estados onde a comida e água ainda não são excassas. Os prejuízos foram sentidos diretamente na queda da produção de derivados do leite e no aumento do preço da carne no Estado.

Em Águas Belas, no Agreste, 50% dos animais desapareceram dos pastos. Muitos morreram, outros tiveram de ser levados às pressas para estados onde houvesse pastos para garantir a sobrevivência. “Teve muita gente aqui que precisou vender os animais. E o negócio não foi nada bom. A gente recebeu menos da metade do preço que valia. Por exemplo, uma vaca que valia R$ 3 mil foi vendida por até R$ 300, só pra não ver morrer aqui no cercado.”, lembrou o agricultor Tavares Leite.

Alguns produtores de bovinos passaram para o lado da criação de caprinos e ovinos.Eles continuam observando se realmente fica mais em conta criar o animal menor, já que ele come e bebe menos, além de ocupar um menor espaço. De acordo com Sociedade Nordestina dos Criadores, onde se cria 10 vacas, dá para se criar 50 ovelhas.

A gerência regional do Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA) prevê queda de 15% na piscicultura do Estado. “Os peixes estão morrendo dentro d’água. Os criadouros vão secando e o oxigênio da água vai embora”, diz o piscicultor José da Silva. A perda para pesca artesanal, segundo IPA, é maior: 35%.
No Sertão, em Petrolândia, o agricultor Deusimar de Almeida viu a produção de uva despencar. A água usada para a plantação era de um canal de irrigação das águas da barragem de Itaparica. Hoje o canal está seco. O sistema de gotejamento ainda está ativo, porque o produtor rural resolveu perfurar um poço artesiano, mas não é o suficiente. “Isso aqui era uma fartura, eu produzia 25 toneladas de uva, mas com a falta d’água caiu para 10t”, lamentou.

NA CONTRAMÃO DA SECA
Abrir uma fábrica de laticínio era um desejo antigo. Mas o que o pernambucano Auxêncio Carvalho não contava é que iria realizar esse projeto durante o período de seca no Sertão. Em 2011 ele fundou uma fábrica de bebidas láctea e queijos, em Serra Talhada, cidade distante 411 km do Recife.

Os amigos o consideram, no mínimo, como ousado. “Muitos falavam que era arriscado demais”, lembra, ele. Para dar gás à produção era preciso leite, mas os agricultores não tinham a quantidade suficiente para atender. “Eu ia buscar em Afrânio, que fica a mais de 300 km daqui da fábrica, viajava mais de 5h, comprava o leite e não deixava a produção estacionar”, conta.

Por dia, 8 mil litros de leite são usados para produção de 25 tipos de produtos e o empreendedor quer ampliar a produção. A ideia, segundo ele, é trabalhar diariamente com 25 mil litros de leite. Hoje o empresário busca recursos dos agricultores, mas também passou a criar animais.

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