Desde 1982, Diego foi presença constante nos Mundiais, seja como jogador, técnico ou torcedor (crítico); ele morreu no dia 25 de novembro de 2020
Por Martín Fernandez — Doha, Catar
A Argentina vai encarar em 2022 sua primeira Copa do Mundo sem Diego Maradona, fato que tem sido lembrado com frequência pela imprensa do país, pelos torcedores presentes no Catar e até pela própria AFA, que homenageou o ídolo num vídeo motivacional publicado nesta semana.
Maradona morreu em 25 de novembro de 2020, o que faz com que a Copa do Catar seja tratada na Argentina como "o primeiro Mundial sem Diego".
A primeira Copa do Mundo de Maradona foi em 1982, com lembranças amargas para o torcedor argentino – derrota por 3 a 1 sobre o Brasil, com direito a expulsão por uma agressão ao volante Batista.
Essa história poderia ter começado uma Copa antes, se o técnico Cesar Menotti não tivesse cortado o então jovem Diego da lista final do Mundial de 1978, decisão da qual se arrependeria muitos anos depois.
Maradona e Messi na Copa do Mundo de 2010 — Foto: Reprodução/Twitter
Em 1986, no México, Maradona foi protagonista, capitão e artilheiro da seleção que conquistaria o último título mundial da Argentina. O craque ainda participaria de outras duas Copas do Mundo como jogador: em 1990, carregou a seleção até a final, quando perdeu para a Alemanha, e em 1994 teve sua trajetória interrompida por um teste positivo para efedrina.
Maradona voltaria a uma Copa do Mundo em 2010 como técnico, na África do Sul, que também terminou com derrota para a Alemanha – uma goleada por 4 a 0 nas quartas de final. Em 2014, quando a seleção dirigida por Alejandro Sabella chegou até a final (e perdeu para a Alemanha), Maradona foi um duro crítico, tanto do time quanto do seu sucessor com a camisa 10, Lionel Messi.
Vídeo oficial da Argentina para a Copa do Mundo lembra Maradona e título sobre Brasil
Sua última aparição num Mundial foi em 2018, quando conseguiu mais atenção da torcida do que seus compatriotas em campo. Os gritos nas arquibancadas russas eram mais dirigidos a "Maradó" e exigia que o time fosse campeão "como em 1986".
O grito tem sido repetido por torcedores argentinos nas ruas de Doha e nas redes sociais. Alguns lembram que, no primeiro torneio oficial depois da morte de Maradona, a Argentina conquistou a Copa América contra o Brasil em 2021.
Maradona durante a Copa do Mundo de 2018, na Rússia — Foto: Getty Images
– É a primeira Copa do Mundo sem Diego, muitas vezes penso que ele continua vivo e não morreu – declarou na semana passada o ex-jogador Jorge Burruchaga, um dos principais sócios de Maradona como jogador, autor do gol decisivo na final da Copa de 1986.
Ainda que sem Maradona, a Argentina chega ao Catar com uma enorme lista de predicados que a credenciam a ser apontada como uma das grandes favoritas a ganhar a Copa do Mundo: uma série invicta de 36 jogos, o título da Copa América, uma vitória categórica sobre a atual campeã da Euro, a grande fase de Lionel Messi e, no último amistoso do Mundial, uma goleada por 5 a 0 sobre os Emirados Árabes Unidos.
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