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Quatro homens são denunciados à Justiça por assassinato de filho de líder rural em área de litígio agrário em Barreiros

20.4.22

/ por casinhas agreste

Ao todo, oito pessoas são suspeitas do homicídio de Jonatas Oliveira, de 9 anos, sendo um mandante. Quatro adultos foram denunciados pelo MPPE.
G1 PE


Jonatas Oliveira, de 9 anos, foi morto a tiros por homens encapuzados em Barreiros — Foto: Reprodução/WhatsApp

O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) denunciou à Justiça quatro homens por suspeita de terem participado da morte de Jonatas Oliveira, de 9 anos, assassinado dentro de casa no Engenho Roncadorzinho, em Barreiros, na Zona da Mata. Filho de um líder rural em uma área de litígio agrário, o menino foi morto a tiros no dia 10 de fevereiro.
Escondido embaixo da cama, junto da mãe, Jonatas foi executado por homens encapuzados, que invadiram a casa da família nessa data, por volta das 21h40. No local, também havia outras três crianças, que não ficaram feridas, além do pai de Jonatas, o líder rural Geovane da Silva Santos, que foi baleado no ombro e socorrido, sobrevivendo à tentativa de homicídio.
Ao menos sete criminosos invadiram a residência onde Jonatas morava com a família. A investigação da Polícia Civil apontou que, além deles, houve um mandante do crime: dentro de um presídio, um detento deu a ordem para matar.

Além da denúncia, o MPPE pediu a prisão preventiva de quatro suspeitos, que foi concedida pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco. Há, entre eles, quatro adolescentes, mas o processo corre em segredo de Justiça por se tratar de menores de idade.

Os suspeitos denunciados foram:

Os crimes denunciados são de homicídio qualificado por motivo fútil e sem possibilidade de defesa, pelo fato de a vítima ser menor de 14 anos e por ter sido morta na presença dos pais. Eles também respondem por tentativa de homicídio contra Geovane; por associação criminosa; associação para o tráfico e por corrupção de menor.

“Os investigados agrediram-no fisicamente, por esse motivo a criança correu e buscou refúgio embaixo da cama de sua mãe”, disse o MPPE. Por causa da fuga do pai, segundo a denúncia, “os imputados decidiram assassinar a criança no lugar deste, sendo certo que tal crime ocorreu na presença da mãe e irmãos da vítima”.

O g1 busca os contatos das defesas dos denunciados, mas não obteve êxito até a última atualização desta reportagem.

Por meio de nota, o Ministério Público disse que os adolescentes envolvidos "foram representados pelos atos infracionais correlatos aos referidos crimes". A Justiça determinou a internação definitiva deles. Dois deles estão recolhidos e os outros ainda estão com mandado de internação em aberto.

Dinâmica do crime
De acordo com a denúncia do Ministério Público de Pernambuco, o mandante do crime foi Antônio Carlos da Silva, preso há mais de dez anos e que, de dentro do presídio, chefia uma quadrilha tráfico de drogas.
Ainda segundo o MPPE, a morte de Geovane foi encomendada por Antônio Carlos porque o líder rural teria negado a venda do terreno para os traficantes, que queriam criar cavalos na região. Essa versão é contestada por entidades que defendem direitos humanos e por comissões do Senado e Câmara Federal (entenda mais abaixo).

A investigação policial apontou que três adultos e quatro adolescentes participaram do assassinato de Jonatas. Dois dos suspeitos ficaram de tocaia na frente da casa da família e os demais invadiram a residência, anunciando que eram policiais.
Motivação é contestada
Representantes da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados e da Comissão de Direitos Humanos do Senado contestam a motivação do crime apresentada pela polícia e cobram uma investigação rigorosa e imparcial sobre o assassinato de Jonatas.

O crime aconteceu em um engenho que fica em uma área marcada por um conflito agrário por disputa de terras. De acordo com o promotor de Justiça de Barreiros, Júlio Elihimas, o assassinato de Jonatas foi "típico de atividade de grupo de extermínio e pistolagem".

Em 2020 e 2021, o estado teve, ao menos, 58 denúncias de ameaça de morte devido a conflitos no campo, sendo 41 delas na Zona da Mata Sul, segundo o geógrafo Plácido Júnior, que integra a Comissão Pastoral da Terra.

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