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PLANETA TERRA: Defensores da terra estão morrendo, diz indígena brasileira na COP26

1.11.21

/ por casinhas agreste

O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, afirmou em discurso de abertura que o futuro não vai perdoar essa geração de líderes se o encontro fracassar.

Boris Johnson, do Reino Unido, na abertura da COP26 em Glasgow, em 1º de novembro de 2021 — Foto: Paul Ellis / AFP

O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, abriu nesta segunda-feira (1º) a conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) que é crucial para se evitar os efeitos mais desastrosos da mudança climática, um desafio agravado pela incapacidade das grande nações industrializadas de concordar com compromissos mais ambiciosos.

A Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2021 (COP26) deve marcar o começo do fim, e o que "gerações futuras não vão nos perdoar se falharmos", disse ele. No seu discurso, Johnson deu ênfase à responsabilidade da iniciativa privada para diminuir a emissão de gases que contribuem para o efeito estufa.
A tarefa, segundo ele, é envolver o mercado na "descarbonização".

Apesar do presidente Jair Bolsonaro não ter comparecido presencialmente, uma brasileira fez um discurso logo na abertura do evanto: Txai Suruí, uma ativista de 24 anos.

"Meu nome é Txai Suruí, eu tenho só 24, mas meu povo vive na Amazônia há cerca de 6.000 anos. Meu pai, o grande chefe Almir Suruí, me ensinou que nós devemos ouvir as estrelas, a lua, os animais e as árvores. Hoje, o clima está aquecendo, os animais estão desaparecendo, os rios estão morrendo, e nossas plantas não florescem como antes. A Terra está falando, e ela nos diz que não temos mais tempo", disse ela.

A ativista de 25 continuou: "Precisamos de um diferente caminho, com mudanças globais. Não é em 2030 ou 2050, é agora. Enquanto vocês fecham os olhos para a realidade, os defensores da terra foram assassinados por proteger a terra. Os povos indígenas estão na linha de frente da emergência climática, e nós precisamos estar no centro das decisões sendo tomadas aqui".
No fim, ela afirmou que os povos indígenas têm ideias para adiar o fim do mundo. Que a gente pare com as falsas promessas, discursos vazios e que a gente lute por um futuro sustentável.

Países devem revisar seus planos, diz secretário-geral da ONU
O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse que o fracasso em uma conferência sobre o aquecimento global significa que deveriam voltar com promessas aprimoradas a cada ano rapidamente.

"Se os compromissos forem insuficientes ao final desta COP, os países devem revisar seus planos e políticas climáticas nacionais —não a cada cinco anos, (mas) a cada ano e a cada momento", disse Guterres a líderes na cerimônia de abertura da COP26 em Glasgow.
Ele acrescentou que muitas vezes há "um déficit de credibilidade e um superávit de confusão sobre as reduções de emissões e metas líquidas de zero". Ele também disse que as Nações Unidas estavam criando um grupo de especialistas para medir e analisar os compromissos de net zero de atores não-estatais.

Biden: uma gigatonelada de gases de efeito estufa
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou que o seu país vai cortar emissões de gases que contribuem para o efeito estufa em uma gigatonelada até 2030 —ou seja, um bilhão de toneladas na abertura da COP26.

Os EUA publicaram hoje sua estratégia de longo prazo para alcançar a meta de zero emissões até 2050.

“Há uma oportunidade incrível para todos nós. É um momento de inflexão na história do mundo. Podemos criar um futuro limpo e bons empregos e oportunidades no mundo. Podemos aumentar o padrão de vida no mundo. É uma demanda moral e econômica”, disse ele.

Sem prazo
O encontro na cidade escocesa de Glasgow começa um dia depois de os líderes do G20 se esquivarem de assumir a meta de encerrar as emissões de carbono até 2050, um prazo citado amplamente como necessário para evitar um aquecimento global mais extremo.

Ao invés disso, as conversas em Roma reconheceram a "relevância essencial" de ser deter as emissões "até ou aproximadamente em meados do século", sem estabelecer um cronograma de eliminação gradual do uso de carvão e diluindo as promessas de corte de emissões de metano, um gás de efeito estufa muito mais poderoso do que o dióxido de carbono.

A ativista sueca Greta Thunberg pediu aos seus milhões de seguidores que assinem uma carta aberta acusando os líderes de traição.

"Como cidadãos de todo o planeta, pedimos que vocês se mostrem à altura da emergência climática", tuitou ela. "Não no ano que vem. Não no mês que vem. Agora."

Muitos destes líderes subirão ao palco de Glasgow nesta segunda-feira para defender seus desempenhos, e em alguns casos fazer novas promessas, no início das duas semanas de negociações que o anfitrião Reino Unido está propagandeando como tudo ou nada.

"A humanidade já esgotou seu tempo contra a mudança climática. Estamos a um minuto da meia-noite e precisamos agir agora", dirá o premiê britânico, Boris Johnson, na cerimônia de abertura, de acordo com trechos adiantados de seu discurso.

"Se não formos sérios a respeito da mudança climática hoje, será tarde demais para nossos filhos fazê-lo amanhã."

A discórdia entre alguns dos maiores emissores do mundo sobre como reduzir o uso de carvão, petróleo e gás e ajudar países mais pobres a se adaptarem ao aquecimento global não tornará a tarefa mais fácil.

No G20, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, destacou a China e a Rússia --cujos líderes não foram a Glasgow-- por não apresentarem propostas.

O presidente chinês, Xi Jinping, cujo país é de longe o maior emissor de gases de efeito estufa, falará à COP26 por meio de um comunicado por escrito nesta segunda-feira, e seu colega russo, Vladimir Putin, que preside um dos três maiores produtores mundiais de petróleo, desistiu de participar por videoconferência.

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