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Coronavírus: Pernambuco tem 10 casos descartados e quatro em investigação

3.3.20

/ por casinhas agreste
Diário de PE
Foto: Leandro de Santana/Esp.DP
Após exames laboratoriais, mais três casos do novo coronavírus (Covid-19) foram descartados no estado. Agora são 10 casos descartados. Outros quatro seguem em investigação, sendo dois no Recife e dois em Olinda. As informações são da Secretaria de Saúde de Pernambuco (SES-PE), que divulgou um balanço sobre a situação do coronavírus no estado na tarde desta segunda-feira (2). Do total, três estão em isolamento domiciliar. Apenas uma paciente está internada em um hospital particular de Olinda, mas, segundo a SES-PE, em condições de alta. Nenhum caso é considerado grave.

Entre os casos descartados, três não positivaram para vírus respiratório; dois foram positivos para influenza B e quatro para influenza A (H1N1), sendo esses últimos os casos mais graves. Um caso foi positivo para o beta coronavírus (OC43), após laudo do Instituto Evandro Chagas, do Pará. O beta coronavírus - também conhecido como 'velho coronavírus' - é um tipo já conhecido e com circulação sazonal no mundo, sendo diferente do Covid-19. 

“A família coronavírus é grande e alguns tipos dessa família circulam mais entre os humanos. Esse vírus OC43 circula entre humanos há muito tempo. Mas não se faz a investigação do beta coronavírus porque ele não tem nenhuma importância clínica. Ele causa um resfriado comum. Como não tem importância clínica, só se investiga esse vírus quando entra no protocolo de pesquisa ou numa situação de surto de outros vírus mais preocupantes, como é o caso do Covid-19”, explicou o infectologista do Hospital Universitário Oswaldo Cruz, Demetrius Montenegro.

Segundo ele, o beta coronavírus só entrou no painel de investigações do Instituto Evandro Chagas porque, diante do surto no mundo, nos casos suspeitos são realizadas testagens de todos os vírus respiratórios, incluindo o OC43. O beta coronavírus já havia sido identificado em Pernambuco em fevereiro do ano passado, após um surto de síndrome gripal em um navio, e em 2008, quando entrou no protocolo de investigação de um pesquisador. No entanto, pela falta de importância clínica, não há vigilância para ele. “Existem outros tipos de coronavírus que causam resfriado comum, como é o caso do 229E (outro que faz parte da família do coronavírus)”, detalhou o infectologista. 

Do total de casos notificados, sete foram acolhidos no Hospital Oswaldo Cruz, referência da rede pública estadual para esse tipo de suspeita, e sete em hospitais particulares da capital pernambucana e de Olinda. Os pacientes são residentes do Recife (9), Caruaru (1), Jaboatão dos Guararapes (1), Olinda (2) e Itália (1). Dos 14 casos notificados em Pernambuco, um tem mais de 60 anos, 11 pacientes têm entre 20 a 39 anos, e dois possuem idades entre 40 e 59 anos, segundo a SES-PE. 

Descentralização dos testes

O Laboratório Central de Saúde Pública de Pernambuco (Lacen-PE) será um dos quatro do Nordeste a receber capacitação para realizar exames para detectação do novo coronavírus. Além de Pernambuco, também serão capacitadas equipes da Bahia, Ceará e Sergipe. No total, 13 estados brasileiros serão treinados para dotar os laboratórios centrais de autonomia na investigação do Covid-19 e assim agilizar as análises dos casos suspeitos no país e colaborar nas ações de prevenção e tratamento. Nesta segunda-feira (2), o Ministério da Saúde anunciou que, a partir da próxima quarta (4), será iniciada a distribuição de testes para diagnóstico do coronavírus. 

Em Pernambuco, o Lacen será capacitado pela Fiocruz, que será parceira do Lacen-PE, estudando a biologia do vírus com sequenciamento genético e análises comparativas por ferramentas de bioinformática. “Ainda não há uma data definida para o Lacen-PE começar a realizar os diagnósticos, mas acreditamos que será breve”, disse o secretário estadual de Saúde, André Longo. Inicialmente, Pernambuco também poderá fazer análises de casos suspeitos de outros estados. O Lacen-PE e a Fiocruz-PE têm expertise em pesquisa científica e em diversos exames laboratoriais como na investigação das arboviroses e de influenza. 

Reforço financeiro

O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) encaminhou, nesta segunda-feira (2), um ofício ao Ministério da Saúde solicitando recurso extraordinário no valor de R$ 1 bilhão, R$ 4,50 por habitante. Desse total, cerca de R$ 43 milhões devem ser repassados para Pernambuco. O objetivo é que a verba seja destinada à compra de insumos, equipamentos e contratação de pessoal para preparar a rede pública e deixá-la apta para assistir a possíveis casos graves da doença. 

Um total de R$ 240 mil já foram repassados para que o Hospital Universitário Oswaldo Cruz e o Correia Picanço - referências no atendimento dos casos suspeitos da doença - adquiram insumos e equipamentos de proteção individual. “A SES-PE também está realizando uma compra emergencial de insumos para manter a rede estadual preparada e abastecida para os possíveis atendimentos à população, além de já estar encaminhando equipamentos hospitalares para o Huoc. Esse processo tem um investimento adicional de cerca de R$ 1,7 milhão”, informou a pasta. 

Fase de contenção

Os estados continuam sendo capacitados pelo ministério para fazer as notificações corretamente, mas, segundo o secretário de Vigilância em Saúde do ministério, Wanderson de Oliveira, metade das notificações dos estados não se encaixa na definição de casos de Covid-19. Atualmente, o Brasil se encontra na fase de contenção da doença.

“Estamos no nível 3, na fase de contenção, onde o nosso objetivo é evitar a dispersão [do vírus]. Obviamente, entendendo que há uma transição que se inicia para uma fase de mitigação, onde vamos trabalhar para evitar casos graves e óbitos”, disse Wanderson de Oliveira.

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, considerou precipitada a decisão de escolas suspenderem as aulas se não houver nenhum caso suspeito dentro da instituição. “As escolas não se embasam em nenhum critério técnico. Imagino que elas tenham reunião de pais e o princípio da autoridade parental prevalece. Mas, do ponto de vista de saúde pública, se uma pessoa não chega de um local, não tem febre, não tem coriza, não tem nenhum sinal, ela não tem porque ser retida”. Nesta segunda-feira (2), a Secretaria estadual de Saúde enviou um ofício para diversas escolas particulares, reforçando que não há necessidade de medidas de isolamento para alunos assintomáticos que viajaram para o exterior. "Começamos o contato com as escolas, fazendo algumas visitas com distribuição de cartazes e folders com orientações e esclarecimentos", informou o secretário estadual de Saúde, André Longo. 

Casos no Brasil

O Brasil tem, atualmente, 433 casos suspeitos de coronavírus, sendo que 86% é na região Sudeste. O número de casos confirmados continua sendo dois, ambos em São Paulo. Todas as regiões do país têm casos suspeitos, sendo São Paulo o estado com o maior número de casos suspeitos, com 163. Até o momento, são 162 casos descartados, sendo que a maioria tinha Influenza A e Influenza B.

Nesse domingo (1º), eram 252 casos suspeitos. O aumento do número de suspeitos tem relação com a mudança de metodologia do Ministério da Saúde para considerar um paciente suspeito. Desde o final de fevereiro, o ministério decidiu não fazer reanálise dos casos notificados como suspeitos pelas secretarias estaduais de saúde. Assim, a avaliação local é considerada pelo governo federal.

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