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Surubim PE: Conheça a história do primeiro prefeito Dídimo Carneiro, o homem que emancipou e deu vida a Surubim

11.6.19

/ por casinhas agreste
Do Blog Minha rua têm memória 
                                             
A principal praça da cidade leva o nome do seu primeiro prefeito. Conheça a biografia de um político que hoje deveria imitado em Surubim e no Brasil
Dídimo Vieira Carneiro da Cunha, conhecido por Coronel Dídimo Carneiro, nasceu no povoado de Surubim, em 11 de setembro de 1876. Filho do Coronel Urbano Vieira da Cunha e Luísa Canuto Carneiro da Cunha. Irmãos: José Natal, Maria Merces e Eulâmpio.
Filha:Maria Augusta Carneiro da Cunha. O Coronel Dídimo Carneiro foi eleito o primeiro prefeito do município do Surubim. Governou de 15 de novembro de 1928 a 6 de outubro de 1930, quando foi deposto pela revolução de 1930. Faleceu em  9 de abril de 1940 em Recife.

    Surubim deve-lhe muito do que é, pela colaboração eficiente e o desejo ardente que mantinha em elevá-la ao nível dos municípios mais prósperos do Estado. Não fosse a luta sem trégua que encetara para a emancipação política de sua terra, talvez não tivéssemos usufruindo os benefícios que a autonomia municipal nos trouxe. Muito fez em prol da liberdade do município. Batalhou fortemente para conseguir a sua autonomia, vez que assumiu consigo mesmo esse compromisso e de fato conseguiu. E uma prova da sua luta sem desfalecimento e do desejo em ação e do quanto trabalhou, com o prestígio que gozava para obter a carta de alforria de Surubim, é que a data do seu aniversário natalício foi escolhida para se conceder a Surubim a carta de cidade autônoma, livre do jugo que a atrelava ao carro administrativo de Bom Jardim. E a 11 de setembro de 1928, dia em que o cel. Dídimo completava 52 anos, foi desligado para sempre, o laço politico que unia este Município ao de Bom Jardim, pela Lei Nº 1.931.

    Como administrador, nos primeiros anos de vida de Surubim, soube manter-se com decência e dignidade, jamais consentindo que se praticasse o menor deslize ou que e perseguisse o mais ferrenho inimigo político, porque sabia, como todos os grandes homens respeitá-los nobremente. Sei que vindo em visita a esta cidade no ano de 1930, o Dr. Estácio Coimbra, então governador do Estado, recomendou que se tomasse medidas drásticas contra aqueles que falassem do seu governo, dizendo ainda que receberia a notícia de uma violência mais satisfeito, do que qualquer tolerância, fosse que tamanho fosse a afronta. Pois bem: nenhum adversário sofreu a menor violência, fosse  que tamanho fosse a afronta. Pois bem: nenhum adversário sofreu a menor violência com tal recomendação, porque dizia o Coronel Dídimo repetindo as palavras de Pinheiro Machado outro grande brasileiro: - «A política passa e os homens ficam».

    Foi um dos fundadores do SPORT CLUB DE SURUBIM, sociedade esportiva que soube dar nome ao município. À sua frente, como seu presidente vários anos, sempre manteve o Sport Club em posição de sociedade que engrandece a terra a que pertence. Não media esforços para trabalhar pelo engrandecimento. Frequentava a sua sede, assiduamente, desde a fundação em 28 de junho de 1925, até o ano em que faleceu.
A última obra que colaborou na sua construção e dedicou-se tenazmente foi o COLÉGIO NOSSA SENHORA DO AMPARO, que tantos e tão relevantes serviços tem prestado aos habitantes deste e de outros municípios circunvizinhos, na educação de seus filhos e tantos frutos tem produzido.  Podemos dizer que o Cel. Dídimo empregou os seus últimos dias de vida administrando a construção do colégio, só se afastando quando nada mais restava fazer.

     Soube aproveitar os últimos dias de existência no engrandecimento de sua terra. Foi um lidador de boas causas esse filho de Surubim e que tantos serviços prestou à sua grandeza. E assim trabalhou e viveu, deixando-nos o exemplo de civismo, honradez e virtude que poderá ser imitado. 

    Surubim deve-lhe erguer estátua numa das principais ruas e, quando acordar-se do letargismo em que dorme, lhe reconhecerá os grandes serviços prestados em cuja época deverá reclamar a volta daquele filho e benfeitor que se acha dormindo distante, para que venha descansar das lutas que teve em vida, no seio da terra pela qual tanto trabalhou e engrandeceu.
   


 Busto que foi instalado em 1953 no centro da praça que leva o seu nome. Com a reforma do local, o monumento foi demolido descaracterizando-se sua originalidade, atualmente, se encontra instalado debaixo de uma árvore.


DÍDlMO CARNEIRO:
OUTROS EMPREENDIMENTOS E A ESTAÇÃO  EXPERIMENTAL DE SURUBIM

     "Outros empreendimentos contribuíram para o progresso da Cidade, como por exemplo: a firma José Albino Pimentel adquiriu a industria de beneficiamento de algodão pertencente a Cazuza Paulino, dando-lhe novo e  vigoroso impulso. Foram feitas modernas instalações. E veio gente nova para a terra, o que contribuiu muito nas atividades sociais da cidade. 


    O Cel. Dídimo também conseguiu para o nosso município, uma Estação  Experimental de Plantas Têxteis. Para tanto, foi adquirida uma grande propriedade localizada no  Jucá, pertencente ao Sr. José Rodrigues da Costa. O Governo mandou construir ali todas as instalações necessárias, bem  como as Casas que serviam de residência ao Diretor,  agrônomos e demais funcionários da Estação Experimental.  A obra propiciou o surgimento de vários empregos, tanto na agricultura, como no beneficiamento de algodão,  produzido la mesmo. Funcionaram como Diretores da Estação, engenheiros e agrônomos de renome, como Dr. Aloísio Araújo. A Estação Experimental, foi ainda a detentora no município do primeiro aparelho  receptor de rádio, surgido em Pernambuco, graças ao pioneirismo dos lrmãos Moreira Pinto, fundadores da famosa - "P.R.A.8", recorda Nelson  Barbosa.*22

Vídeos: 
Estação Experimental: 
Parte I -  https://www.youtube.com/watch?v=7lrAJ52Vv8I&t=5s

Parte II - https://www.youtube.com/watch?v=uf9eS88HzBM 


    Foi um dos fundadores do SPORT CLUB DE SURUBIM, sociedade esportiva que soube dar nome ao município  à sua frente, como seu presidente vários anos, sempre manteve o Sport Club em posição de sociedade que engrandece a terra a que pertence. Não media esforços para trabalhar pelo engrandecimento. Freqüentava a sua sede, assiduamente, desde a fundação em 28 de junho de 1925, até o ano em que faleceu. 

 DÍDlMO CARNEIRO E O BANCO SURUBIM

     Sob a iniciativa do Cel. Dídimo Vieira Carneiro da Cunha, em 1929, fundou-se o primeiro estabelecimento de crédito que Surubim já possuiu.  Foi o seu primeiro e único gerente o Cel. Dídimo Carneiro, por escolha unânime dos sócios e seu primeiro contador Genaro de Albuquerque Melo, cidadão alto, magro e de espírito inquieto que tinha mais pose que o Príncipe de Gales. O seu trabalho de escrita era modelo no gênero. O Banco de Surubim, nome dado ao estabelecimento, teve vida efêmera, talvez por ignorarem os endinheirados daquela época, os resultados que poderiam trazer à vida econômica do Município.

O Banco de Surubim funcionou aqui no centro da cidade. Nesse local, atualmente, temos uma  estátua gigante de São José.

A PRIMEIRA ARBORIZAÇÃO DE SURUBIM

Pensando no futuro, o Coronel DÍdimo Vieira Carneiro da Cunha empreendeu  uma campanha para reflorestamento e conservação das arvores da Vila de São José do Surubim.  A arborização foi feita com Ficus Benjamin nas praças e ruas.  Porém, o surto do progresso, fez desaparecer esta louvável iniciativa, atualmente só existindo na nossa memória.

DÍDIMO VIEIRA CARNEIRO DA CUNHA - TRABALHO E CIVISMO
    Parece-me que o estou vendo passar sobre a calçada de sua residência e de outras circunvizinhas, ou sentado numa espreguiçadeira a fumar o seu cachimbo a moda inglesa, com toda naturalidade, como a filosofar.

  Tudo que Ihe pertencia era metodicamente organizado. As palavras que proferia saiam num estilo de quem só diz o que pensa medindo-as com toda a cautela para não agravar a ninguém. Diplomata de nascimento, tratava as pessoas qual fossem as mais modestas, com toda a delicadeza, demonstrando educação esmerada.

  A vida, esse conjunto de prazer e sofrimento, de esperança e de desengano, de compreensão e incompreensão, de ilusão e de desilusão, de bondade e de maldade, de alegria e de tristeza, de satisfação e de dor, de tudo e nada enfim, é assim mesmo.

     E uma notícia inesperada abalou profundamente os habitantes da cidade... Falecera, na cidade do Recife, no "Centenário", o Coronel Dídimo Vieira Carneiro da Cunha. Parecia sonho a noticia, foi o que ouvi de boca em boca, mas infelizmente era a realidade A vida é nada, diziam uns, mas é natural o seu desaparecimento e não temos de quem nos queixar, zelava tanto a sua existência como a coisa mais preciosa, entretanto foi embora quando esperava viver ainda muitos anos. Ouvi alguns conformistas dizerem que é tolice tomarmos certas precauções, porque quando chega o dia ninguém poderá ocorrer... vai  mesmo. Outros ainda comentando o acontecimento, diziam: “por ai afora tem tanta gente que faz as maiores extravagâncias sem se incomodar com o que possa acontecer, e morre de velho" .

  O Coronel Dídimo Carneiro modelou a sua vida na daqueles que somente pela idade deixaram o mundo, pensando que lhe acontecesse o mesmo. E assim foi que lutou, e trabalhou para que na velhice pudesse descansar sossegadamente de todo o esforço empregado na mocidade. Mas viveu como homem de bem.

   Tinha como diretrizes de sua vida o trabalho e a economia, porque, dizia ele: - "o homem que não trabalha nem economiza, nada pode conseguir"_ Trabalhava e economizava, , porém o seu trabalho e a sua economia não prejudicavam nem a sua pessoa, nem a ninguém, pois sabia aproveitá-los como um homem que Iuta para viver dignamente. O que era seu, estava certo, era seu. Mas o que pertencesse aos outros, não Ihe interessava.
  

Pesquisa: Edvaldo Clemente de Paula 
Texto extraído Diário de Dídimo Gonçalves Guerra, 1º advogado de Surubim. 


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