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Olinda PE: Moradores fazem vigília em pontos de risco de deslizamento e ficam ilhados em áreas alagadas

19.6.19

/ por casinhas agreste

Mesmo depois das chuvas, situação é complicada em Olinda. No Alto da Bondade, vizinhos se revezam para monitorar barreira. Em Jardim Fragoso, está difícil sair de casa.

Bairro do Fragoso, em Olinda, está completamente alagado nesta terça-feira (18) — Foto: Reprodução/TV Globo


Alagamentos e perigo de deslizamento de barreiras preocupam moradores de Olinda, no Grande Recife. Em Jardim Fragoso, famílias estão ilhadas e acreditam que a situação piorou depois das obras do Canal do Fragoso. No Alto da Bondade, vizinhos fazem vigília e se revezam para monitorar as encostas. Na cidade, disse a Defesa Civil, há mais de 7 mil pontos de risco.

Vídeo mostra moradores de Olinda usando barco em rua alagada
"De uns anos para cá, quando começou essa obra, aconteceu isso. Estou saindo de barco para comprar comida, não estou indo trabalhar. Isso é lama pura, essa água é muito perigosa", afirma a autônoma Veruska Sobral, fazendo referência aos serviços do canal.

Na manhã desta terça-feira (18), a reportagem da TV Globo esteve na Ruas Humberto de Lima Mendes, Joaquim Antônio de Medeiros e Pintor Manuel Bandeira, no mesmo bairro. Todas as vias estavam alagadas, mesmo depois das chuvas. (Veja vídeo acima)

"A gente quer trabalhar e não pode, quer sair de casa e não pode. Hoje mesmo, tenho que resolver um negócio no banco e não posso ir", afirma o pedreiro Elias da Silva. "Eu tenho muito medo desses alagamentos, principalmente à noite", acrescenta a dona de casa Valda Coelho.

Vigília
Chuva preocupa moradores de áreas de morro em Olinda

Moradora do Alto da Bondade, a dona de casa Janaína Alves tem feito vigílias para pedir proteção à família e aos vizinhos devido aos riscos de deslizamentos. Nesta terça (18), ela e outros moradores se revezavam para monitorar a situação de uma barreira na comunidade. (Veja vídeo acima)

Morando de aluguel com duas filhas em um terreno que está cedendo, ela tem guardado as roupas em sacolas e baldes, caso precise sair às pressas. “Que pare essa chuva, Jesus, porque eu não aguento mais. Não sei o que é dormir”, afirma.

"Estou tirando tudo, porque, se acontecer qualquer coisa, até com a roupa do couro eu saio. Eu sei que Deus está escutando minhas preces, mas quando começa a chover o nervosismo começa de novo”, afirma a dona de casa.


Janaína Alves tem passado as noites em claro com medo de deslizamento de barreiras onde mora, em Olinda — Foto: Reprodução/TV Globo Janaína Alves tem passado as noites em claro com medo de deslizamento de barreiras onde mora, em Olinda — Foto: Reprodução/TV Globo
Janaína Alves tem passado as noites em claro com medo de deslizamento de barreiras onde mora, em Olinda — Foto: Reprodução/TV Globo

Janaína não é a única a sofrer com o medo de acidentes. No município, a situação é compartilhada por Marcelo Alves, que mora do outro lado de uma barreira na Rua Carlos Antônio Dias e tem saído para trabalhar preocupado.

“Saio às 5h, com o coração apertado. Não sei se caiu. Ligo para a minha irmã e pergunto ‘como tá a situação por aí?’ e ela diz ‘olha, caiu mais um pedaço’. Eu fico trabalhando com atenção lá e na minha casa”, conta o operador de equipamentos.

Procurada pela reportagem, a Defesa Civil de Olinda informou que todas as áreas de morro estão sendo monitoradas.

O órgão também afirmou ter colocado proteção plástica na barreira da Rua Carlos Antônio Dias. “A barreira está sendo acompanhada de perto pelos técnicos da Defesa Civil”, diz a nota.

Canal do Fragoso
Na segunda (17), a prefeitura de Olinda informou, por meio de nota, que as obras do Canal do Fragoso são de responsabilidade do governo do estado e que a administração municipal auxilia na limpeza dos trechos.

Procurada pela reportagem, a Companhia Estadual de Habitação e Obras (Cehab), órgão vinculado à Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação, afirma que "realiza constantemente a limpeza e desobstrução no trecho onde acontece a obra."


“O canal, em certos trechos, chega a ter três metros de largura. Isso afeta o escoamento da água. Essa obra vem para facilitar e resolver os problemas de drenagem e mobilidade da Região Metropolitana Norte”, afirma o diretor-presidente da Cehab, Bruno Lisboa.

O cronograma da primeira etapa da construção do canal vem sendo cumprido, segundo a Cehab. Trata-se do revestimento em 2.323 metros e a construção de oito pontes, no valor de R$ 165 milhões. Esse valor inclui as desapropriações.

“A primeira etapa da obra, que vai da construção do canal até a [Avenida] Fagundes Varela, está prevista para janeiro de 2020. A construção de alças na PE-15, até a ponte do Janga, e os serviços do canal e de duas vias paralelas devem terminar em dezembro de 2022”, afirma Bruno Lisboa.

A primeira licitação da segunda etapa da obra, orçada em R$ 170 milhões, já foi feita. Segundo o diretor-presidente da Cehab, as obras devem começar em julho de 2019.

“Até o dia 15 de julho, vamos dar a ordem de serviço para o início das obras da segunda etapa. A construtora vai se mobilizar para montar o canteiro. Até o fim de julho, teremos homens trabalhando na segunda etapa”, afirma.

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