Náutico vacila em casa e sonho do acesso é adiado para 2019
Náutico contou com um bom público na Arena de Pernambuco, mas apenas empatou com o Bragantino e seguirá na Série C
Por: William Tavares
Náutico x Bragantino, na Arena de PernambucoFoto: Brenda Alcântara/Folha de Pernambuco
Campeão estadual, dono da maior reação na história da Série C e com uma gestão executiva organizada. Até os salários, antes motivo de preocupação, estavam em dia. Tudo conspirava a favor. A temporada do Náutico começou vitoriosa, passou por algumas barreiras e, neste domingo, poderia ser finalizada com o acesso à Série B. Mas o roteiro que daria uma grande história de superação esbarrou na falta de sorte e na inabilidade em aproveitar as oportunidades. O Timbu fracassou diante do Bragantino e empatou em 1×1, na tarde deste domingo (26), na Arena de Pernambuco, pelo duelo de volta das quartas de final da Série C – a ida foi 3×1 para o time paulista. Em 2019, disputará a terceira divisão novamente. O ano termina de forma precoce e melancólica para os alvirrubros.
Impulsionado por mais de 25 mil torcedores na Arena, o Náutico começou elétrico. O cronômetro era inimigo dos alvirrubros, que precisavam vencer por dois gols de diferença para ao menos levar a decisão para as penalidades. A velocidade na transição era tanta que, por vezes, faltava mais capricho para construir os lances. Todo recuado, o Bragantino era fiel ao seu estilo de jogo, com ligações diretas pelo alto buscando Matheus Peixoto.
Com Lelê e Luiz Henrique avançados, o Náutico dominou o meio-campo. Chegou a ter mais de 70% de posse de bola. Ao perceber o adversário bem fechado, o Timbu começou a tentar a sorte pelo alto. Primeiro, Camutanga testou perigosamente por cima. Depois, Alex Alves fez uma defesa sensacional em cabeçada de Dudu.
O Náutico ia empilhando chances desperdiçadas. Tudo indicava que uma hora os visitantes seriam vencidos. Mas futebol nem sempre obedece a uma lógica. Luiz Henrique tentou dar um chapéu na defesa e gerou um contra-ataque. Bruno salvou no primeiro lance, em chute de fora da área. No rebote, Vitinho cruzou e Matheus Peixoto, de cabeça, silenciou a Arena: 1×0 para o Bragantino. Foi dessa forma, precisando de três gols para levar a decisão para as penalidades, que os pernambucanos foram para o intervalo. Com aplausos da torcida, inclusive.
Em menos de dez minutos, o técnico Marcelo Veiga colocou mais dois zagueiros. Ferrolho formado para segurar o conforto dos 4×1 do placar agregado. Já Márcio Goiano apostou nos dribles de Rafael Assis para alcançar um milagre na Arena.
O grito de “eu acredito” voltou a ecoar nas arquibancadas aos 22 minutos, quando Wallace Pernambucano teve a chance de empatar o jogo no pênalti. O meia cobrou forte e Alex Aves se esticou todo para defender e aumentar a agonia do Náutico.
Mesmo com pouco mais de 20 minutos restando para o apito final, já havia torcedor deixando a Arena. Alguns deles não viram Wallace, de cabecear, empatar o confronto e fechar o placar. A torcida aplaudiu, mas o sentimento é de frustração. O ano do Náutico terminou em agosto. O campeão pernambucano não foi capaz de deixar a Série C.
FICHA TÉCNICA:
Náutico 1
Bruno; Bryan, Camutanga, Sueliton e Assis; Josa (Wallace Pernambucano), Luiz Henrique, Lelê (Jobson), Dudu (Rafael Assis) e Robinho; Ortigoza. Técnico: Márcio Goiano
Bragantino 1
Alex Alves; Buiú (Everton), Lázaro, Guilherme Mattis e Fabiano; Ademilson, Magno; Rafael Chorão e Vitinho; Leo Jaime (Júnior Goiano) e Matheus Peixoto. Técnico: Marcelo Veiga.
Local: Arena de Pernambuco (São Lourenço da Mata/PE)
Árbitro: Wagner do Nascimento Magalhaes (RJ).
Assistentes: Rodrigo Figueiredo Henrique Correa e Carlos Henrique Alves de Lima Filho (ambos do RJ)
Gols: Matheus Peixoto (aos 32 do 1ºT), Wallace (aos 38 do 2ºT)
Cartões amarelos: Ortigoza, Rafael Assis, Camutanga, Jobson (N); Buiu, Lázaro, Vitinho, Matheus Peixoto, Guilherme, Magno, Ademilson (B)
Renda: R$ 879.515,00
Público: 27.469 torcedores
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