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Delação da JBS embaralha disputa política em Pernambuco

21.5.17

/ por casinhas agreste
Opções majoritárias para 2018 foram atingidas pela delação da JBS, deixando incerto cenário político no Estado
Após delações da JBS, há quem aposte em repetição da polarização entre Paulo Câmara (PSB) e Armando Monteiro Neto (PTB) / Foto: Arnaldo Carvalho/JC Imagem

Foto: Arnaldo Carvalho/JC Imagem
Paulo Veras

Em Pernambuco, as delatores da JBS zeraram o jogo político, mudaram a correlação de forças e tornaram indefinidas todas as apostas para a disputa eleitoral de 2018; segundo uma dezena de políticos ouvidos em reserva pelo JC. Cotados para a disputa de cargos majoritários, os ministros das Cidades, Bruno Araújo (PSDB), e Mendonça Filho (DEM), não sabem se o presidente Michel Temer (PMDB) conseguirá concluir o mandato. O senador Fernando Bezerra Coelho (PSB), cujo poder de fogo no PSB dependia da estreita ligação com o Planalto, viu o fortalecimento do grupo interno do partido que prega o rompimento com o governo federal.

Já o governador Paulo Câmara (PSB), que poderia se favorecer do enfraquecimento dos políticos ligados a Temer, foi pessoalmente acusado pelo diretor Ricardo Saud de receber dinheiro para a campanha de 2014. Por ora, o senador Armando Monteiro Neto (PTB) é o único a ficar de fora do furacão JBS. No grupo do petebista, que trabalhava com a hipótese de múltiplas candidaturas de oposição, a aposta passou a ser que a disputa do próximo ano repita a polarização de 2014.

Aliados de Armando, porém, avaliam que a crise no governo Temer coloca em suspensão, ao menos por enquanto, os gestos de aproximação dele com PSDB e DEM. A tese de uma reaproximação com o PT também começou a ganhar força, embora exista resistências entre os próprios aliados a serem vencidas.

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No PT, o golpe político em Temer foi visto como uma brecha de oportunidades, mas que precisa ser dosada. Os petistas entendem que os próximos passos do partido dependerão da candidatura presidencial do ex-presidente Lula (PT); também enrolado na Justiça. A possibilidade de repetir a dobradinha com Armando, inclusive, é vista dentro da leitura de que medidas poderiam fortalecer o palanque de Lula no Estado. Outra prioridade para os petistas é voltar a eleger deputados federais e garantir uma bancada na Assembleia Legislativa.


No PSDB, toda a estratégia dependerá do rearranjo nacional. Bruno Araújo, que vinha se movimentando de maneira voraz em busca de apoios para se viabilizar na disputa um cargo majoritário, entrou na lista de delatados da JBS. O tucano também ameaçou abandonar Temer no auge da crise contra o presidente e viu seu principal aliado na Direção Nacional, o senador Aécio Neves (PSDB-MG), ser afastado da presidência nacional do partido e tragado para o centro de uma investigação judicial.
PSB

Até o início da tarde de sexta, aliados do governador Paulo Câmara quase comemoravam as delações da JBS. Com Bruno e Mendonça enfraquecidos pela situação de Temer e a sensação de que FBC e o vice-governador de São Paulo, Márcio França, caminhavam para perder a briga pelo comando nacional do PSB, a avaliação de socialistas e aliados era de que o principal impacto para Paulo Câmara seria de ordem administrativa. Investimentos federais, convênios e empréstimos travados poderiam atrapalhar a capacidade de entregas do governador; com a autonomia de Suape sendo o principal exemplo.

A situação, porém, terminou crítica depois que o próprio Paulo foi implicado nas delações; levando a oposição a ventilar inclusive a possibilidade de “abreviar o mandato”. O Palácio do Campo das Princesas já brigava para reverter a rejeição ao governador e resolver a crise na área de segurança pública, vistos como gestos fundamentais para se fortalecer para 2018. De quebra, o principal nome alternativo do PSB, o prefeito Geraldo Julio, também foi acusado de cobrar dinheiro no esquema; o que queima um dos trunfos do partido.

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