DO JC
O indicativo de que o governador Eduardo Campos deve
mesmo apadrinhar um candidato do PSB à Prefeitura do Recife não abalou a
determinação do PT de encabeçar uma chapa, mesmo que isoladamente, na
disputa municipal. A ordem é não recuar e convencer os socialistas de
que o distanciamento dos dois partidos, nesta eleição, poderá ser
prejudicial ao governador nos seus dois últimos anos de mandato.
De maneira cautelosa e não menos taxativa, o recado foi dado no fim
de semana pela cúpula petista. No sábado (16), o senador Humberto Costa
avisou claramente que o partido não aceita a possibilidade de ocupar a
vice do PSB. "O PT não aceita a possibilidade de o PSB encabeçar a chapa
(da Frente Popular). Isso quebraria um equilíbrio político, um partido
só ter o Governo do Estado e ter a prefeitura”, afirmou em entrevista ao
JC no forró promovido pelo vice-governador João Lyra (PDT), em sua chacára, em Caruaru.
Já no domingo (17),o presidente estadual do PT, deputado federal Pedro Eugênio reforçou o alerta. Também ao JC,
Eugênio deixou claro que o partido não enxergará com “normalidade” a
decisão socialista de trilhar rumo separado do PT na capital. Portanto, o
lançamento de uma candidatura do PSB significará, na ótica petista, o
rompimento da Frente Popular.
“Uma candidatura do PSB nas atuais circunstâncias significa que a
Frente deixará de existir. Não é algo que vá ser encarado como uma coisa
normal do partido. E dividir a Frente é uma coisa complicada. Prejudica
essa eleição e a futura”, alertou.
De acordo com Pedro Eugênio, o partido está disposto a buscar a
unidade da aliança que sustenta, hoje, o Executivo estadual e municipal,
mas que a hipótese do PT ceder sua vaga na cabeça de chapa, como
chegaram a propor lideranças do PSB, é “inegociável”. “Achamos
importantíssimo a preservação da Frente. Vamos fazer todo o esforço
possível. O que não é negociável é deixarmos de encabeçar essa chapa,
tendo em vista que estamos à frente da Prefeitura há 12 anos”.
O petista também evitou comentar rumores que apontam a presença do
deputado federal João Paulo numa eventual chapa “puro-sangue” do PT. O
dirigente prefere ainda acreditar que a legenda pode garantir o apoio
dos demais partidos da Frente, mas sinalizou que a possibilidade de
convocar o ex-prefeito para ocupar o posto de vice, por exemplo, não
está descartada. “Essa coisa de chapa puro-sangue é só especulação. Mas,
se acontecer, vamos contar com nossos quadros de maior densidade
eleitoral e expressão política para enfrentar esse desafio, não tenha
dúvidas”, avisou.
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