Subcomandante do 22º BPM diz que não-reação foi estratégica para proteger reféns
Na fuga, assaltantes ainda incendiaram um segundo veículos às margens da PE-090
Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
Roberta Soares
A polícia não foi acuada pela quadrilha fortemente preparada e armada que dominou a cidade de Surubim por quase 1h30 na madrugada desta terça-feira. A reação da Polícia Militar não aconteceu por estratégia. Não foi falta de efetivo ou armamento. Foi cuidado em preservar a vida dos reféns feitos pelos assaltantes de bancos. Esses são os argumentos apresentados pelo subcomandante do 22º Batalhão da PM, major Emanoel Soares, a quem coube a responsabilidade de dar algum tipo de satisfação à sociedade e à imprensa diante do cenário de pânico criado no município. Para ele, o fato de o município ter cinco agências bancárias numa mesma rua, praticamente lado a lado, foi o grande atrativo para a investida.
“Não reagimos à altura dos assaltantes porque eles estavam com reféns. A nossa prioridade era a vida das pessoas. Não podíamos correr o risco de ver uma daquelas pessoas ser morta durante um confronto. Pelos relatos que temos, os assaltantes eram violentos e chegaram a fugir levando alguns dos reféns. Além dos homens que estavam no quartel, tínhamos três equipes fazendo a ronda na cidade e que foram para o local, mas não entraram em confronto para evitar mortes”, afirmou Emanoel Soares. Embora a Secretaria de Defesa Social (SDS) tenha se negado a informar qual a quantidade de homens, armamento e de veículos existente em Surubim, para o major o poder de fogo da polícia era suficiente para enfrentar a quadrilha se assim quisessem.
Não reagimos à altura dos assaltantes porque eles estavam com reféns. A nossa prioridade era a vida das pessoas. Não podíamos correr o risco de ver uma daquelas pessoas ser morta durante um confronto", major Emanoel Soares
Segundo Emanoel Soares, o reforço de policiais foi acionado e chegou rapidamente à cidade, assim que a investida dos assaltantes começou. “Foram mais de 30 policiais que chegaram a Surubim, vindos das cidades vizinhas, principalmente da 6ª Companhia Independente de Limoeiro, do 24º Batalhão de Santa Cruz do Capibaribe e do Bepi (Batalhão Especial de Polícia do Interior). Mas não tínhamos como revidar por causa dos reféns”, disse. Sobre o fato de a PM ter ficado encurralada no próprio batalhão, o militar argumentou que o objetivo do efetivo que estava na unidade era evitar que a quadrilha invadisse o prédio. “Temos armas e munição guardadas que não poderiam cair nas mãos dos assaltantes. Por isso nos preocupamos em impedir que entrassem”, afirmou.
AÇÃO ESPERADA
Apesar da convicção do subcomandante do 22º BPM, a população diz que a investida contra a rua dos bancos em Surubim era algo esperado. Moradores ouvidos pela reportagem disseram que, diante dos inúmeros assaltos que têm acontecido nos últimos meses nas cidades menores da região, as pessoas passaram a utilizar cada vez mais a estrutura bancária do município-polo, levando dinheiro para a cidade.
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