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REVOLTA: 'Governador faltou com a verdade', diz advogado durante velório de manifestante morto por PM

12.4.17

/ por casinhas agreste


Durante o velório de Edvaldo Alves, morto após ser atingido por uma bala de borracha disparada por um policial militar, o advogado da família, Ronaldo Jordão, rebateu a fala do governador do estado, Paulo Câmara (PSB), quanto ao apoio dado. O jovem está sendo velado no ginásio de esportes de Itambé desde às 23h da terça-feira (11). Ele foi baleado durante um protesto em Itambé, na Mata Norte, no dia 17 de março. (Veja vídeo acima)

“O governador faltou com a verdade para o povo de Pernambuco. Não é verdade que o Estado está fomentando todo o apoio a família. Não é verdade. Ainda não ajuizamos a ação contra o Estado porque o próprio Estado está negligente quanto a documentação. Por exemplo, qual a causa da morte de Edvaldo? Não sabemos. Na declaração de óbito está: causa da morte a ser definida a posteriori”, pontuou.

O Governo de Pernambuco informou que está respeitando o luto da família e reinterou que vai pedir à Procuradoria Geral do Estado (PGE) que repare a perda da família do rapaz que morreu, como o governador Paulo Câmara havia dito.

Bastante emocionados, os pais de Edvaldo foram cedo para o ginásio, mas se sentiram mal e voltaram para casa. “A gente quer justiça. Quantos mais precisam morrer? Foi mais um sonho, um menino que deveria estar aqui com a gente”, lamentou o amigo Ivanildo de Souza.

Carpinteiro, o jovem ainda tocava numa banda de forró nos finais de semana. Família, amigos e conhecidos foram até o ginásio para se despedir dele. “A convivência com ele foi só de alegrias. Era um menino muito inteligente. Trabalhava de segunda a sexta-feira como carpinteiro e no sábado e domingo estava nos shows comigo”, relembrou o amigo Lucas Martins, às lagrimas.
Manifestante baleado por PM em Pernambuco, Edvaldo da Silva, ao lado do irmão [esq.] durante sua festa de aniversário (Foto: José Roberto da Silva/Acervo Pessoal) Manifestante baleado por PM em Pernambuco, Edvaldo da Silva, ao lado do irmão [esq.] durante sua festa de aniversário (Foto: José Roberto da Silva/Acervo Pessoal)

Manifestante baleado por PM em Pernambuco, Edvaldo da Silva, ao lado do irmão [esq.] durante sua festa de aniversário (Foto: José Roberto da Silva/Acervo Pessoal)

Edvaldo estava internado no Hospital Miguel Arraes desde o dia 17 de março, quando ocorreu a manifestação. Durante esse período, ele foi submetido a várias intervenções médicas. Ele faria 22 anos em maio.

De acordo com o hospital, Edvaldo sofreu ferimentos na coxa e passou a respirar com a ajuda de aparelhos. Ele também foi submetido a sessões de hemodiálise. Na segunda-feira (10), o último boletim sobre o estado de saúde informava que ele apresentava febre e um quadro de infecção. Ele faleceu à 0h14 e o corpo foi encaminhado ao Instituto de Medicina Legal (IML) do Recife. O enterro está previsto para ocorrer às 16h desta quarta-feira (12) no cemitério de Itambé.

O G1 procurou a Polícia Militar de Pernambuco para saber o andamento das investigações e questionou as punições impostas aos responsáveis pela morte do jovem. A coporação não respondeu.

Atualmente, há três investigações em andamento. Uma na Corregedoria para investigar os oficiais, uma administrativa na Polícia Militar e um processo criminal investigado pelo delegado Pablo Tenório. A Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Pernambuco denunciou o caso à Comissão Nacional de Direitos Humanos.

PM atirou em manifestante durante protesto contra a violência em Itambé

Entenda o caso

O rapaz levou o tiro durante um ato público contra a violência na cidade. Além do jovem, outros moradores fecharam a rodovia PE-75 por várias horas, pedindo mais segurança. Um vídeo enviado para o WhatsApp da TV Globo mostra o momento em que ele é baleado. (Veja vídeo acima)

As imagens mostram uma discussão entre a vítima e uma mulher, com policiais em volta. Em seguida, é possível ver um policial perguntando: "É esse quem vai levar um tiro primeiro?". O PM chama um colega armado e aponta o rapaz. Um tiro é disparado. Atingido, o homem cambaleia e cai no chão.

Após atirar, os policiais o arrastam pelo asfalto até a viatura da Polícia Militar, batem no rosto dele e o colocam na parte de trás da caminhonete. O veículo então deixa o local, sob gritos dos manifestantes. De acordo com a Secretaria de Defesa Social (SDS), a bala era de borracha.
g1 pe

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