O líder do PP na Câmara dos Deputados, Eduardo da Fonte (PP-PE), e o presidente do nacional do partido, senador Ciro Nogueira (PP-PI), participaram de uma reunião com Paulo Roberto Costa, em 2013, em que o deputado federal Simão Sessim (PP-RJ) pediu a “valiosa ajuda” do ex-diretor da Petrobrás para indicar uma locadora de veículos de um amigo para “grandes empresas”.
Em e-mail encontrado nos computadores da Costa Global, empresa aberta pelo ex-diretor da estatal e alvo central da Operação Lava Jato, o deputado Sessim cita o encontro com os demais parlamentares. “Caro amigo Dr. Paulo Roberto. Por ocasião da visita que lhe fiz em seu escritório acompanhado do Deputado Dudu da Fonte e do Senador Ciro Nogueira, cometi a ousadia de pedir sua valiosa ajuda para a Empresa NIL Locações Ltda. Que pertence a um grande amigo”, informa o parlamentar em e-mail para Costa datado de 7 de abril de 2013.
Não é a primeira vez que o nome do líder do PP aparece vinculado a Costa. Segundo afirmou o ex-diretor em sua delação premiada, foi Eduardo da Fonte quem levou o então presidente nacional do PSDB, em 2009, senador Sérgio Guerra (PE) – morto em março do ano passado – até ele.
No encontro, o tucano teria cobrado propina de R$ 10 milhões em troca do encerramento da CPI da Petrobrás do Senado, aberta em julho daquele ano. O pagamento teria sido feito em 2010, depois que a comissão foi encerrada em dezembro, sem punições.
“Agora, estou enviando os dados, solicitando, se possível, encaminhamento para grandes empresas que estejam realizando obras em que possam aproveitar os seus serviços”, acrescenta Sessim.
Ele registra a ficha comercial da empresa, com nome, CNPJ, nome do gerente administrativo, telefones, endereço e razão social. Na mesma mensagem, que consta em um dos inquéritos da Operação Lava Jato, Costa responde: “Grato, amigo Simão, vou fazer alguns contatos e mantenho você informado. Abs”.
O nome de Sessim já havia sido citado quando o assessor do PP Ivan Vernon Gomes Torres Júnior, que estava lotado na 2.ª secretaria da Câmara, sob seu comando, apareceu como beneficiário de um depósito no valor de R$ 25 mil do grupo de Youssef. O deputado pediu a exoneração do assessor. Torres Júnior trabalhou como assessor do ex-deputado Pedro Corrêa – preso no mensalão – de 2003 a 2006. Em 2012 ele foi assessor da segunda vice-presidência, comandada na época por Eduardo da Fonte.
Já o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB), morto em agosto passado, foi citado nos depoimentos do doleiro, que indicou que o socialista teria sido beneficiado com R$ 10 milhões para não criar dificuldades nas obras da refinaria de Abreu e Lima e o valor destinado a ele teria sido entregue a um emissário do ex-governador.
COM A PALAVRA, A DEFESA - O deputado classificou o fato como “tempestade em copo d’água”. Afirmou que foi até Costa “porque ele tinha sido demitido da Petrobrás e fomos dar um abraço nele”. “Esse e-mail não tem nada a ver, era uma empresa pequena que queria se inscrever na Petrobrás para locar carro. E ele disse que não podia fazer nada”. Sessim negou qualquer pedido de tráfico de influência e disse não conhecer Youssef. Nogueira e Fonte foram procurados, mas não se pronunciaram.
Do: Blog Agreste Notícia
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