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Jacaré com cobra d'agua

30.7.12

/ por casinhas agreste

Há municípios onde os casamentos de jacarés com cobra d'água se deram de tal forma que a eleição já está definida antes mesmo de começar a campanha porque não há oposição ou ela ficou tão frágil que não põe em risco o grupo reinante. Casinhas, no Agreste, é um deles (Imagem: Google Imagens)
Do Blog de Jamildo Melo (Terezinha Nunes)

charlesnasci@yahoo.com.br

É comum, na política brasileira, se denominar de "casamento de jacaré com cobra d água" alianças em que os dois grupos que se juntam são, em geral, adversários ou mesmo inimigos políticos. Recentemente, assim foi batizado, por comentaristas políticos, o acordo do deputadofederal Paulo Maluf com o ex-presidente Lula em torno do candidato do PT a prefeito de São Paulo, Fernando Haddad.

Tais "casamentos", causam perplexidade em grandes centros, eram, até pouco tempo, abominados no interior de Pernambuco, onde a política é tão radicalizada que, na época da ditadura militar, a Arena, o partido oficial e para o qual convergiam quase todos os políticos interioranos, precisou usar do artifício da sublegenda para abrigar todos os contendores no seu entorno. Assim foram criadas as Arena -1, Arena -2 e Arena -3, de triste memória.

Hoje, tal como acontecia no tempo da Arena, quase todos os grupos interioranos são governistas a nível estadual e federal. Poucos se arvoram a se colocar na oposição. Mesmo assim, conservam, em geral, o acirramento entre si, beneficiados pelo pluripartidarismo o que permite que, nos municípios, o debate se dê de forma clara e a lutapelo poder coloque em lugares díspares as forças governistas e oposicionistas.

Neste ano de 2012, porém, onde têm acontecido "coisas que até Deus duvida", como afirmou dia desses um taxista do Recife, tanto a nível local como nacional, a política interiorana aderiu ao pragmatismo puro e simples e sem desfaçatez.

Há municípios onde os casamentos de jacarés com cobras d'água se deram de tal forma que a eleição já está definida antes mesmo de começar a campanha porque não há oposição ou ela ficou tão frágil que não põe em risco o grupo reinante. Embora quem entende da política interiorana jure que muito ainda vai acontecer, já estão nesta relação municípios como Terezinha (mata norte) e Casinhas (agreste) e municípios médios como Tamandaré, na Mata Sul.

Em Terezinha, o prefeito Alexandre Martins (PR) reuniu todos em torno de si e é praticamente candidato único. 
Em Casinhas, a ex-prefeita Rosineide Barbosa (PSDB) , líder da oposição, virou candidata única depois que ganhou o apoio do prefeito João Camêlo (PTB), que indicou o vice Vital Pedro (PSD) na sua chapa.

Em Tamandaré, o candidato a prefeito Hildo Hacker Filho, candidato à reeleição, conquistou o apoio de quase todos os grupos de oposição e é apontado desde já como favorito. Esta semana o município de Catende, na Mata Sul, foi surpreendido com rumores sobre a possibilidade de uma fusão entre os grupos rivais de Otacílio Cordeiro (PSB), candidato à reeleição, e do deputado estadual Rildo Braz. Isto acontecendo, a oposição ficaria restrita ao candidato do PSDB a prefeito, o empresário Romero Pinheiro, que está debutando na política.

O que estaria levando a esta situação? Embora ninguém queira assumir oficialmente, nos bastidores o comentário é de que as campanhas estão muito caras e grupos de oposição preferem se juntar a um prefeito e dividir depois o poder, com os cargos evidentemente, a custear uma campanha e arriscar-se a perder.

Da mesma forma, prefeitos já reeleitos e mal avaliados estão preferindo apoiar a oposição, oficialmente ou não, com a promessa de continuar com espaço na prefeitura. Mesmo em locais onde a oposição não foi dizimada esta tendência de união dos contrários reduziu-a a uma preocupante situação de inoperância e certeza antecipada da derrota.

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